Última atualização em 11 de novembro de 2025 por Inaflex Mangueiras Industriais

Receber combustível é uma operação diária que exige máxima atenção e precisão nos postos de gasolina. Mais do que apenas encher os tanques, trata-se de um processo complexo, repleto de regulamentações e riscos que, se não forem bem gerenciados, podem trazer sérias consequências.

Ao seguir as diretrizes que apresentaremos, você terá as ferramentas para evitar autuações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), minimizar riscos operacionais, reduzir retrabalho e consolidar registros de forma eficiente.

Pensando nesses pontos, trouxemos em detalhes o que fazer antes, durante e depois da descarga, sempre respeitando as exigências da NR-20 (Norma Regulamentadora 20, que trata de segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis) e as regras específicas da ANP.

Nosso foco é a segurança e a conformidade das suas operações, garantindo que cada etapa seja impecável.

Como funciona o recebimento de combustível em postos?

O recebimento de combustível em postos é um conjunto de etapas formais que se inicia com a chegada do caminhão-tanque e se estende até o carimbo da nota fiscal e os registros internos.

Esta operação é rigorosamente regulamentada e impõe responsabilidades claras ao revendedor, visando a segurança, a qualidade e a conformidade.

Escopo e responsabilidades do posto revendedor

A atividade de revenda de combustíveis é altamente regulada no Brasil, exigindo que o posto atue estritamente conforme as regras de revenda vigentes. Isso significa que a aquisição de combustível só pode ocorrer junto a distribuidoras autorizadas pela ANP, com os compartimentos dos veículos devidamente lacrados.

A conformidade é a palavra-chave aqui, sendo crucial para receber combustível no posto sem problemas.

A Resolução ANP nº 948/2023, por exemplo, atualiza e reforça as regras para revenda, destacando a observância de toda a legislação e das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) durante o recebimento e armazenamento.

Visão geral do fluxo (antes → durante → depois)

O processo para receber o combustível envolve uma sequência lógica de ações que garantem a segurança e a integridade do produto e da operação.

1. Antes da descarga, realizam-se checagens documentais e de capacidade dos tanques do posto.
2. Durante a descarga, o aterramento do caminhão, o acoplamento correto da mangueira e o acompanhamento supervisionado são essenciais.
3. Por fim, a validação da qualidade do combustível e a devida documentação encerram o processo.

Geralmente, o motorista do caminhão e um funcionário do posto trabalham em conjunto nesse recebimento, garantindo que as responsabilidades sejam compartilhadas e que a comunicação seja constante.

Quais normas e documentos regem o recebimento de combustível?

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) exige que o posto revendedor exerça um controle rigoroso da qualidade do combustível no ato do recebimento, além de manter registros obrigatórios.

Conforme a Resolução ANP nº 898/2022, que detalha os procedimentos para controle de qualidade, os postos devem realizar ensaios de campo e arquivar os Registros de Análise da Qualidade (RAQ) dos últimos seis meses em suas dependências.

Esse é um pilar do PMQC (Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis), o guarda-chuva de monitoramento nacional da ANP, essencial na documentação para receber combustível.

Segurança ocupacional que guia a operação (NR-20)

A Norma Regulamentadora 20 (NR-20) é o alicerce para a segurança ocupacional que baliza o projeto, a operação e a manutenção de instalações que envolvem líquidos inflamáveis e combustíveis.

A NR-20 define os requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho em ambientes com esses produtos, sendo o pano de fundo para a elaboração de procedimentos de segurança, o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados e o treinamento constante da equipe.

Para receber combustível com segurança, a observância dessa norma é inegociável, assegurando a integridade dos trabalhadores e a prevenção de acidentes graves.

Como preparar a área e a equipe antes da descarga de combustível?

Antes mesmo do caminhão-tanque iniciar a descarga, a área deve ser meticulosamente preparada. Isso inclui a colocação de cones e demais avisos de segurança para impedir o acesso de pessoas e veículos não autorizados.

É crucial garantir que não haja nenhuma fonte de faísca ou elétrica nas proximidades, e que um extintor de incêndio esteja à mão e visível.

O posicionamento correto do caminhão-tanque e seu aterramento são etapas fundamentais deste checklist para receber combustível, visando neutralizar o risco de acúmulo de eletricidade estática.

Bacias de decantação limpas e sistemas elétricos desligados na área de descarga são requisitos básicos.

Pessoas certas, EPIs certos, comunicação clara

A segurança da operação depende não só do ambiente, mas também da equipe.

O papel do motorista do caminhão e do funcionário do posto é crucial, e a comunicação entre eles deve ser contínua e clara durante todo o processo.

Todos os envolvidos devem utilizar os EPIs coerentes com as exigências da NR-20, como luvas de segurança, proteção ocular e facial, e calçados adequados.

Essa abordagem garante a segurança ao receber combustível, minimizando a exposição a riscos e promovendo um ambiente de trabalho protegido e eficiente.

Top loading vs bottom loading: qual é melhor para receber combustível?

No sistema top loading (carregamento por cima), o acesso para descarga é feito pela parte superior do caminhão-tanque. Isso implica a necessidade de um operador subir no veículo para acoplar a mangueira e abrir o compartimento, o que pode aumentar os riscos de queda e exposição a vapores.

Por outro lado, o bottom loading (carregamento por baixo) utiliza uma conexão inferior, eliminando a necessidade de o operador subir no caminhão.

Este método reduz significativamente a exposição do trabalhador a vapores e minimiza os riscos de acidentes por queda, alinhando-se às boas práticas operacionais.

Por isso, o bottom loading no recebimento é, em muitos aspectos, mais seguro e eficiente.

Checklist de recebimento: o que fazer do caminhão ao tanque

Para garantir uma operação de recebimento de combustível segura e eficiente, é fundamental seguir um Procedimento Operacional Padrão (POP) claro e com etapas bem definidas.

Passo 1 | Isolar, sinalizar e posicionar

O primeiro passo é estabelecer uma zona segura ao redor do caminhão-tanque.

Posicione cones e utilize sinalização adequada, garantindo que não haja tráfego de pessoas ou veículos não autorizados nas proximidades.

Certifique-se de que não existem fontes de ignição ativas e que extintores de incêndio estão visíveis e de fácil acesso.

O caminhão deve ser posicionado corretamente, com freios acionados e motor desligado.

Passo 2 | Checar tanques do posto (capacidade disponível)

Antes de iniciar qualquer descarga, é vital verificar a capacidade disponível nos tanques do posto.

O funcionário deve conferir o nível dos tanques por meio de monitoramento eletrônico ou régua metrológica.

É fundamental assegurar que há espaço suficiente para o volume total de combustível a ser descarregado, evitando qualquer risco de transbordo.

Passo 3 | Conferir documentos, lacres e abrir válvulas conforme sequência

Tenha em mãos a nota fiscal e o boletim de conformidade do combustível. Verifique a integridade dos lacres do caminhão-tanque.

Em seguida, rompa os lacres e proceda à abertura das válvulas na sequência correta: primeiro as da caixa de comando (popularmente conhecidas como “tic-tac”) e, posteriormente, as válvulas API dos compartimentos a serem esvaziados.

Passo 4 | Aterramento, acoplamento e teste de estanqueidade

Conecte o cabo de aterramento ao chassi do caminhão para dissipar a eletricidade estática.

Acople a mangueira de descarga à válvula API do caminhão de forma firme e segura.

Realize um teste de estanqueidade para garantir que não há vazamentos na conexão, assegurando uma vedação perfeita.

Passo 5 | Iniciar descarga sob supervisão conjunta

Com as checagens concluídas, a descarga pode ser iniciada.

É fundamental que o motorista do caminhão e o funcionário do posto permaneçam juntos, supervisionando o processo continuamente.

Mantenha uma comunicação clara e esteja atento a quaisquer indicadores de anormalidade ou vazamento, pronto para interromper a operação imediatamente.

Passo 6 | Esgotar resíduos, drenar e recolher conexões

Após a descarga principal, é preciso realizar o esgotamento dos resíduos.

Utilize um balde metálico adequado para a drenagem segura de qualquer combustível remanescente nas válvulas e na mangueira.

Em seguida, a mangueira deve ser esvaziada dentro do tanque do posto antes de ser desacoplada.

Por fim, recolha as tampas e feche os compartimentos.

Passo 7 | Fechar a operação e carimbar NF

Com a descarga finalizada e a área segura, remova a sinalização de isolamento e guarde os equipamentos utilizados.

O funcionário do posto deve assinar e carimbar a nota fiscal e o formulário de entrega, formalizando o recebimento do produto.

Somente então o motorista poderá ser liberado e a área completamente desimpedida.

Como validar a qualidade no ato de receber o combustível?

Para assegurar a qualidade do combustível entregue, o posto deve realizar ensaios rápidos de campo. Estes incluem a verificação de aspecto e cor, a medição da massa específica a 20 °C e a análise do teor alcoólico da gasolina utilizando uma proveta graduada.

Tais procedimentos, detalhados na Resolução ANP nº 898/2022, são parte integrante do controle de qualidade no posto e do PMQC (Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis).

Realizar este teste para receber combustível é essencial para a conformidade.

Registro da Análise da Qualidade (RAQ) e amostra-testemunha

Cada recebimento exige o preenchimento do Registro da Análise da Qualidade (RAQ), contendo os dados do recebimento e os resultados dos ensaios de campo.

Adicionalmente, o posto deve coletar uma amostra-testemunha do produto, identificá-la adequadamente e acondicioná-la em recipiente próprio, conforme o procedimento estabelecido pela ANP.

A manutenção dessas amostras é crucial, pois, em caso de fiscalização, elas servem como prova da qualidade do produto recebido, um pilar fundamental do controle de qualidade ao receber combustível.

Quando recusar o combustível e como comunicar?

Se qualquer ensaio de campo indicar que o combustível está fora das especificações, o posto tem a obrigação de recusar o recebimento de combustível não conforme.

Além da recusa, é mandatório comunicar imediatamente a ANP, fornecendo os detalhes mínimos da ocorrência: tipo de combustível, número da nota fiscal, data do recebimento e informações sobre o transportador.

Essa diretriz de recusa e comunicação está prevista nos materiais e cartilhas da ANP, enfatizando a seriedade da não conformidade.

Quais os erros mais comuns no recebimento de combustível?

Mesmo com procedimentos claros, falhas operacionais podem ocorrer. Identificar os erros mais comuns no recebimento de combustível é o primeiro passo para bloqueá-los e fortalecer a segurança da operação.

Mistura de produto por identificação falha

Um dos erros mais críticos é a descarga de um tipo de combustível no tanque de outro, resultando em mistura de produto.

Para evitar a mistura de produto por identificação falha, é crucial reforçar a checagem cruzada de rótulos, cores e, idealmente, implementar um “checklist a quatro mãos” (motorista e funcionário do posto juntos) antes de qualquer acoplamento.

Aterramento negligenciado

O aterramento negligenciado do caminhão-tanque é um risco grave, pois pode levar a descargas eletrostáticas, potenciais fontes de ignição.

A solução é simples: incluir um checklist de conexão e verificação visual do aterramento como parte integrante do procedimento pré-descarga, garantindo que o cabo-terra esteja firmemente conectado.

Excesso de paralelismo na descarga

A descarga simultânea de múltiplos compartimentos pode aumentar a velocidade da operação, mas também o risco de erro.

Limitar o número de compartimentos que descarregam ao mesmo tempo ajuda a reduzir erros de operação, proporcionando maior controle e permitindo que a equipe mantenha a atenção concentrada.

Drenagem final mal executada

Uma drenagem final mal executada pode deixar resíduos na mangueira ou nas válvulas do caminhão, gerando pequenos derramamentos ou contaminação.

A estratégia é utilizar um balde metálico para a coleta segura dos resíduos das válvulas e garantir que a mangueira seja completamente esvaziada dentro do tanque do posto antes de ser desacoplada e recolhida.

Como registrar e comprovar o recebimento do combustível nos postos (para auditoria e fiscalização)?

É obrigatório que o posto mantenha os Registros de Análise da Qualidade (RAQ) por pelo menos seis meses, devidamente arquivados em suas dependências.

A Resolução ANP nº 898/2022 estabelece essa obrigação de guarda, e é fundamental que esses documentos sejam organizados de forma clara e acessível, facilitando qualquer auditoria.

LMC, NF e Boletim de Conformidade

Para garantir uma rastreabilidade completa e evitar “dor de cabeça”, o posto deve lançar os volumes de combustível recebidos no LMC (Livro de Movimentação de Combustíveis), registrando os estoques antes e depois da descarga.

A Nota Fiscal (NF) do produto, devidamente carimbada e assinada, deve ser anexada ao Boletim de Conformidade emitido pela distribuidora.

Esse conjunto de documentos, conforme orientado pela Cartilha da ANP, é crucial para comprovar a origem e a conformidade do produto recebido.

O que muda nos próximos anos no recebimento de combustível em postos?

O setor de combustíveis está em constante evolução. Trazer o contexto de demanda e as tendências futuras demonstra a necessidade de que os processos de estoque e receber combustível sejam cada vez mais previsíveis e mensuráveis.

Demanda deve crescer no curto prazo

As projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a demanda brasileira por combustíveis líquidos deverá crescer cerca de 1,9% ao ano em 2025 e 2026. Esse cenário prevê um aumento significativo no volume a ser entregue aos postos, o que se traduz em mais recebimentos, maior necessidade de controle e uma busca incessante por menos retrabalho.

O planejamento para receber combustível deverá se tornar ainda mais estratégico, já que essa tendência impulsiona a necessidade de eficiência e segurança em todas as etapas da cadeia de suprimentos.

Monitoramento eletrônico e POP digital

A evolução tecnológica aponta para uma adoção cada vez maior do monitoramento eletrônico de tanques, que oferece logs automáticos de volume e alertas de transbordo em tempo real.

Isso se alinha à tendência de digitalização dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP), com o uso de checklists digitais.

Tais inovações contribuem para uma gestão mais precisa e reativa, otimizando o processo de recebimento.

Quando revisar mangueiras e conexões do sistema de descarga de combustível?

A integridade dos ativos é uma parte inseparável do sucesso de um recebimento seguro. Mangueiras e conexões, por serem elementos críticos na transferência de fluidos, exigem atenção e manutenção constantes.

Mangueira, engates e vedações: inspeção visual mínima

A inspeção visual é a primeira linha de defesa para a segurança. É fundamental verificar regularmente a mangueira para descarga e as mangueiras industriais em geral, bem como seus engates e vedações.

Procure por fissuras, desgaste, torções que excedam o raio mínimo de curvatura, e assegure-se de que os engates rápidos e as vedações estão íntegros.

Em terminais, a mangueira composta, por exemplo, deve receber atenção especial.

Periodicidade e testes

Além da inspeção visual, é crucial estabelecer uma periodicidade para testes mais rigorosos.

A mangueira deve ser testada e os resultados registrados, incluindo ensaios hidrostáticos e de continuidade elétrica (quando aplicável).

Essa prática deve seguir as orientações do fabricante e as práticas internas do posto, garantindo a longevidade e a segurança do equipamento.

Uma fábrica de mangueiras renomada sempre fornecerá essas diretrizes.

Receber combustível com segurança é um processo: padronize e ganhe controle

Receber combustível de forma segura é, acima de tudo, um processo contínuo de aprimoramento e rigor. Ao padronizar as operações, o posto ganha controle sobre cada etapa, resultando em três ganhos incontestáveis:

1. Conformidade total com ANP e NR-20: A adesão rigorosa às normas garante a tranquilidade legal e afasta o risco de autuações e interdições.
2. Menor risco operacional: Procedimentos claros e equipamentos adequados reduzem a probabilidade de acidentes, vazamentos e misturas indesejadas.
3. Rastreabilidade e defesa documental: Registros completos e organizados fornecem a comprovação necessária em auditorias e fiscalizações, protegendo o posto.

A combinação de um procedimento bem definido, documentação precisa e uma equipe devidamente treinada resulta em um recebimento previsível e auditável.

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Inaflex: desde 1983 proporcionando as melhores soluções em mangueiras industriais.